Quais são as normas que os matadouros têm de cumprir na Europa?
O matadouro ocupa uma posição crucial na cadeia da carne. O trabalho do agricultor termina no matadouro e começa a fase de transformação para o consumidor. Praticamente tudo num matadouro gira em torno do bem-estar dos animais, da higiene, da segurança alimentar e do controlo. Os matadouros na Europa têm de cumprir as regras estabelecidas na legislação da UE, como o regulamento relativo à proteção dos animais no momento da occisão. À chegada a um matadouro, um veterinário examina os animais para verificar a sua saúde e bem-estar. Trata-se da inspeção ante-mortem (AM). Os animais doentes ou incapazes de andar não devem ser abatidos e utilizados para consumo humano. O médico veterinário emite uma autorização de abate para cada animal saudável.
Os processos rigorosos nas operações dos matadouros
Existem muitos outros processos rigorosos nas operações dos matadouros. Por exemplo, de acordo com o Regulamento (CE) n.º 1099/2009 do Conselho, e a sua última versão consolidada de 14 de dezembro de 2019, relativo à proteção dos animais no momento da occisão no matadouro, os responsáveis pelo bem-estar dos animais asseguram que os animais são tratados com cuidado. Os funcionários prestam aconselhamento sobre oportunidades de melhoria, sempre que necessário. Estes funcionários estão presentes aquando do descarregamento, condução, atordoamento e occisão dos animais. Também controlam o bem-estar na área de receção temporária. Consultar aqui.
Artigo ELV - O que é que a “Visão para a Agricultura e Alimentação” diz sobre a pecuária?
Em 19 de fevereiro de 2025, a Comissão Europeia revelou a sua “Visão para a Agricultura e Alimentação”, um roteiro estratégico para orientar o sector agroalimentar da União Europeia até 2040. Apresentado em Bruxelas pelo Comissário Hansen, o documento tem como objetivo proporcionar previsibilidade e estabilidade a longo prazo aos agricultores, abordando os desafios em evolução da produção alimentar, da sustentabilidade ambiental e do desenvolvimento rural.
No seu cerne, a Visão coloca os agricultores no centro da política agrícola da UE, sendo a renovação das gerações agrícolas identificada como o desafio mais premente do sector. Este plano global procura assegurar que a agricultura europeia continue a ser competitiva, resistente e capaz de satisfazer as exigências dos consumidores e as pressões do mercado mundial, preservando simultaneamente o ambiente e promovendo comunidades rurais dinâmicas. Tudo isto sem deixar de sublinhar a centralidade do papel da pecuária na resposta a todos estes desafios.
Importância económica e vitalidade rural
A pecuária é retratada como uma pedra angular das economias rurais, sustentando empregos em vários segmentos da cadeia de valor. A contribuição do sector para a estabilidade económica nas zonas rurais é considerada indispensável, especialmente em regiões com oportunidades económicas alternativas limitadas. A Visão sublinha a necessidade de reforçar as economias locais, assegurando que os produtores de gado se mantêm competitivos e resistentes às flutuações do mercado e à concorrência global. Ler artigo completo aqui.
A indústria da carne precisa de inovação?
A produção de carne, representa um enorme desafio para as empresas nas várias etapas da cadeia alimentar, pois continua a ser alvo de narrativas de alguma forma diabolizadas. Com o aumento da população e, ao mesmo tempo, o abandono do interior, começou a haver um total afastamento das atividades rurais, deixando o meio citadino até de entender que é a Terra que alimenta o homem.
A perceção da perturbação do ambiente e de que como pode interagir com a vida futura, comprometendo mesmo as gerações vindouras, tem levado à procura incessante de culpados, tendo o mundo rural sido apontado, por algumas minorias, como causador principal da poluição ambiental, sobretudo devido à emissão de metano (CH4) pelos animais.
A falta de ligação e o desconhecimento da vida rural, por minorias urbanas, os tais sem terra para visitar no Natal, levou a assumirem que os produtos de origem animal seriam dispensáveis, pelo que começaram a considerar que a redução do seu consumo mitigaria os efeitos nefastos da sua produção no ambiente.
É claro que a criação de animais, como todas as outras atividades, gera gases com efeito de estufa (GEE), contudo esta não é, nem de longe, uma das principais causas dos GEE. Sendo muito relevante saber que a criação de animais é uma das atividades que já começou a aplicar práticas com vista a reduzir os GEE. Ler artigo completo aqui.